segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Saindo do Brasil

As fotos serão publicadas quando conseguirmos acesso a internet, pois estamos publicando via rádio!

Navegando da Ilha dos Lençóis ao arquipélago Illés de Salut, cruzamos a linha do Equador, a famosa "Latitude Zero", que para os navegantes é motivo de orgulho e festa. E assim o fizemos: Comemoramos as três da manhã com o vinho que ganhamos do grande navegador Marçal Ceccon durante nossa estadia em Porto Bracuhy.
Seguimos os rituais de Netuno, o Deus de mar, sem esquecer é claro de nossa Rainha Yemenjá.
Neste trecho, até a chegada ao rio Oiapoque, a navegação correu tranqüila com ventos fracos entre 6 e 10 knots favorecendo o uso de nossa vela Jeannaker (aquela vela enorme e colorida que vai na frente do barco).
Como previsto, paramos na entrada do rio Oiapoque apenas para descansar, apreciar a natureza do local, e registrar nossa passagem neste importante marco geográfico do Brasil.
Após algumas horas de descanso e uma volta de bote até último pedaço de terra brasileira, seguimos no fim da tarde até as Illés de Salut, chegando lá ao amanhecer. No caminho, uma boa surpresa foi a pesca de uma Corvina, que assada conforme a receita do livro da Eneida, rendeu um ótimo jantar.

Dois pontos que merecem registro nesta parada:
1 - A nossa impressão da origem do nome do Cabo Orange (extremo do limite da divisa Brasil/Guiana Francesa), que devido à
cor da água do rio Oiapoque refletindo a luz do sol, fica com uma coloração alaranjada.
2 - A enorme quantidade de barcos de pesca na região, que juntos jogam suas redes em linha, formando uma barreira que fecha quase toda a saída do rio (foi impossível até para nós navegar sem passar por sobre algumas delas). Desta forma, os peixes não tem com escapar!

Illés de Salut
Arquipélago formado por três pequenas ilhas: Ilha Royale, Saint Joseph e do Diable.
A Royale é a maior delas e abriga hoje um hotel em parte da infra-estrutura do antigo presídio.
A Saint Joseph é menor e tem um posto avançado da brigada militar Francesa.
A do Diable é a famosa ilha do presido do Papillon,
Ficamos ancorados próximos a Ilha Royale e desembarcando com o bote fomos visitar esta e a ilha Saint Joseph, pois a do Diable está fechada ao público.
A caminhada pelas ilhas é muito agradável, pois existem trilhas muito bem conservadas, algumas delas ainda feita no tempo do presídio. Após as caminhadas, a parada no bar do hotel para uma cerveja bem gelada é sem dúvida uma obrigação, melhor ainda acompanhada de um bate papo com o responsável do bar, o Peruano e já nosso amigo, Jacson.
No terceiro dia de estadia fomos para o continente, na cidade de Kouru, abastecer os barcos com água, diesel de alguns mantimentos (a entrada é através de um canal bem sinalizado e a ancoragem é fácil na margem do rio).
Kouru é uma pequena cidade à beira mar que passa hora por uma revitalização em suas casas e avenidas. A população é formada por locais, alguns Franceses e imigrantes de diversos países, inclusive do Brasil.
Por ser colônia Francesa, foi fácil encontrar alimentos de boa qualidade vindos da Europa e frutas e verduras produzidas no local (se bem que o preço é de Europa).
Algumas referências de preços em Euros: Batata 2,50, Cebola 1,50, Tomate 5,00, Melancia 2,50, Laranja 2,00, Banana 1,50 e o Diesel automotivo 1,50.
Além das compras aproveitamos para caminhar e visitar os restaurantes locais que possuem cozinhas variadas, incluindo a Crioula (mas a melhor refeição mesmo encontramos em um restaurante Chinês).
Apesar de curta, nossa estada foi tranqüila e sem contratempos.
No domingo, à tarde, saímos com a maré com destino a Trinidad com a previsão de navegar de cinco a seis dias sem paradas!
Hoje, segunda, após navegarmos 24 horas, já avançamos 140 Milhas náuticas com a sorte de pescarmos um atum, que já virou sashimi, e um dourado que será o jantar da noite.

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