Nossa estada em CAMAMU, uma das cidades mais antigas de nosso país

PORTO SEGURO-BA (03h00 – 11/08) – BAIA DE CAMAMU-BA (10h00 – 13/08)

- Distância percorrida: 177 Milhas

- Velocidade média percorrida: 5,5 Nós

- Velocidade média do vento: Ventos fracos na maioria do trajeto de mais ou menos 07 Nós, mas com rajadas de até 25 Nós. Vento sul/sudeste.

- Condições do mar: Mar tranqüilo e tempo com períodos chuvosos.

Nesse trajeto não tivemos problemas, o mar estava calmo e tivemos que navegar a motor em sua maior parte, o vento estava fraco e conseguimos velejar apenas quatro horas. Durante o dia observamos vários grupos de baleias e algumas nos presenteando com saltos magníficos...

Na Baía de Camamu e em Camamu: Grande aventura!

A Baía de Camamu é uma região com uma beleza sem igual, repleta de ilhas com belíssimas paisagens. Assim que chegamos procuramos fundeio em um local abrigado e atracamos o ALLEGRO na Ilha do Campinho aonde já tínhamos estudado a respeito. Em seguida, já descemos o bote e fomos explorar o local, nossa primeira parada foi na enigmática Ilha da Pedra Furada, famosa por ter uma formação rochosa rara, um fenômeno geológico aonde existem milhares de pedras perfuradas espalhadas, os furos são tão perfeitos que poderiam ter sido feitos com uma broca.

 Nossa próxima pernada com o bote foi até a Ilha Grande de Camamu, lá conhecemos o bahiano Gueda, simpático morador da ilha. O Gueda nos levou até o interior da ilha, precisamente numa pequena vila para podermos almoçar, mas o restaurante estava fechado. Durante o trajeto ele nos contou várias histórias sobre o local e também sobre sua profissão de mergulhador, pois o Gueda é um especialista em mergulho de apnéia (Mergulho sem cilindro) e desce até 20 metros para caçar lagostas e polvos. Ele nos contou um fato engraçado sobre os polvos, esse animal marinho costuma levar de tudo para dentro de sua toca, pois o Gueda já encontrou vários objetos, tais como colher e relógio. Na saída de volta para o ALLEGRO o Gueda nos presenteou com cocos verdes de seu próprio quintal. Aja coco no ALLEGRO... O Gueda nos sugeriu também sobre um bom restaurante do outro lado do canal, na Ilha do Sapinho, restaurante “São Jorge”, lá nós pedimos lagosta assada, sem comentários... E provamos uma excelente cachaça preparada com pimenta jamaicana, daí tivemos que comprar duas garrafas...

No final da tarde, depois do almoço espetacular, fomos direto para Camamu. Havíamos combinado de seguir um barco turístico até Camamu quando estávamos saindo da Ilha da Pedra Furada, tudo no mesmo dia. Não é costume a entrada de veleiros com o mesmo porte do ALLEGRO em determinados canais da baía de Camamu, na maioria dos trechos os canais são muito rasos e existem muitas pedras e bancos de areia, isso tudo pode ser visto com a baixa maré. Com a orientação do guia ancoramos o ALLEGRO a cerca de 500 metros da cidade de Camamu, pois não era aconselhável seguir em frente, tínhamos que ir de bote até a cidade. Fundeamos o ALLEGRO num poço que media mais ou menos 25 metros de comprimento, único local disponível e adequado para um veleiro. Ao cair da noite fomos até a famosa cidade de Camamu, uma das mais velhas cidades do Brasil com 454 anos de existência, construída por escravos foragidos de várias fazendas da região na época. O seu centro histórico fica bem no alto de uma colina, localização estratégica para quem quer se proteger. No centro histórico aproveitamos uma festa local, festival de frutos do mar, daí acabamos jantando por lá mesmo. No dia seguinte tivemos uma surpresa quando a maré começou a baixar, havíamos percebido que o ALLEGRO começou a inclinar, e de fato constatamos que ele já estava encalhado na lama. Entretanto, sabíamos que correríamos esse risco e tivemos que esperar até a tarde quando a maré atingisse seu estofo (ponto mais alto da maré). Preocupados, voltamos para a Ilha do Campinho. Sem dúvida foi uma grande aventura!