terça-feira, 10 de abril de 2012

Atracados ou Encalhados?

Após nossa chegada a baia de São Marcos, 06:00AM, ancoramos no ponto mais próximo que a maré baixa nos permitia  junto a Ponta da Areia. Dormimos e por volta das 12:00 AM, com  a maré cheia, seguimos até o interior da baia em busca de um bom local de ancoragem. Lá, para nossa surpresa encontramos o píer da AVEN (Associação dos Vela e Esportes Nauticos do Maranhão).

O local conta com instalações muito modestas, com um pequeno píer, uma área coberta, banheiros, água e energia 220V. Consegue acolher alguns veleiros atracados, porém, na maré baixa, o barco fica no seco, dentro de um leito moldado no barro pelos barcos anteriormente lá atracados.

Não é lá muito agradável ver seu barco enfiado na lama, ainda mais pagando (a AVEN cobra R$30,00 por dia, independentemente do tamanho do barco), mas é muito melhor do que ficar balançando nas águas agitadas da baia no sobe de desce da maré, que pode ser de até 6 Metros!



Assim, após atracar o Allegro à contra bordo de um veleiro Argentino (único local naquele momento), desembarcamos e começamos nossa “exploração” nesta cidade.




São Luís é uma cidade de muitos contrastes. A começar pela maré, que com seu desnível enorme deixa a cidade hora linda, toda rodeada de água, com seu centro histórico à beira mar e hora no seco, colocando a mostra o fundo lodoso da baia e toda a sorte de sujeira possível à mostra.


No centro histórico, renovado há algum tempo, se pode caminhar pelas pequenas ruas e vielas, apreciando os grandes casarões com suas fachadas em azulejo que marcaram o tempo áureo da economia local. À noite, shows de folclore, música e artistas independentes movimentam as ruas e bares, onde a cerveja gelada é companhia certa.





A cidade, na sua parte mais nova, conta com enormes avenidas ladeadas de grandes prédios comerciais e residenciais e inúmeros shoppings. Uma curiosidade do contraste deste lado da cidade é ver o encontro de carros de luxo dividindo espaço com as ainda “carroças puxadas a jegue”. E ainda, ao lado de alguns destes prédios luxuosos, pequenas casas e palafitas teimam e continuar dividindo o espaço.



Na avenida beira mar, bem organizada e limpa, inúmeros bares oferecem a culinária local onde o camarão e o caranguejo são pratos obrigatórios.

Na nossa estada, também visitamos o Porto da Madeira, onde máquinas enormes manipulam todo o minério de ferro produzido em Carajás e o embarcam nos grandes navios graneleiros, gigantes dos mares com mais de trezentas mil toneladas de capacidade de carga.




Outro ponto muito interessante de nossa estada foi à visita ao estaleiro Batevento ( www.batevento.com.br ), do nosso já amigo Sergio, legítima empresa brasileira dedicada à produção de Catamarans. O modelo de 43 pés (estão com cinco na linha de produção) é muito bem projetado oferecendo conforto e espaço a um custo benefício muito bom.



Bom, com relação ao reparo de nosso motor, parece que “mordi a língua”, pois o pessoal de São Luís, apesar de capacitado, não tinha as peças para o reparo da bomba de combustível, e o melhor prazo para obtê-las era de seis dias. Assim, fomos obrigados a adiar mais uma vez o reparo e seguir viagem com o motor ainda com o problema de partida (Já contatamos a Yanmar de Recife, e acredito que agora vai!).

Saímos na sexta pela manhã em companhia do catamarã “Sherry cam” (um 36 pés fabricado pela Batevento) do Curitibano Fernando, acompanhado pelo skipper Glauco, que como nós, voltavam do Caribe parou em São Luís e estão seguindo para o Sul, o nosso destino.

A viagem até Fortaleza foi muito difícil, acredito que o pior trecho desde o Caribe. Navegamos o tempo todo com vento e mar contra (vento chegando até a 32 knots), ondas altas e próximo a costa, o que tornou a viagem muito cansativa.

Chegamos a Fortaleza 90 horas depois, exaustos, mas felizes em cumprir mais este trecho da viagem, que como os anteriores foi difícil, mas dentro do previsto.

Um comentário:

  1. Estou aguardando a parada de vc's em Natal-RN.

    Até breve.

    Att,
    Eduardo Aroldo

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