Como tudo o que foi dito até agora, a festa de despedida do Cabanga Iate Clube não podia ser diferente, foi porreta mesmo!
O local muito bem organizado, a banda com repertório para agradar a todos os gostos, a bebida de qualidade servida à vontade e a comida então, muito saborosa.
Neste embalo gostoso todos os velejadores se reuniram para a confraternização final, que foi ainda “esticada” na beira do pier com o show de jazz promovido pelo representante do espumante Rio Sol, servido a todos que ali estavam.
Na sexta, após a participação na reunião dos comandantes e os últimos preparativos no Allegro, recebemos nossos amigos velejadores Sato e Inaê, que vieram do Rio e S. Paulo para nos acompanhar neste famosa regata.
Sábado pela manhã relaxamos na piscina enquanto aguardávamos a maré para a saída do Cabaganga Iate Clube e uma hora antes da largada estávamos mais uma vez soltando as amarras e rumando em direção ao marco zero da cidade de Recife, local da partida.
Apesar de não ser tão significativa em uma regata de longo percurso, nossa largada foi muito boa e saímos na frente da maioria dos barcos da nossa classe, rumando em direção a Fernando de Noronha.
Após algumas horas da largada e já em mar aberto, nossos novos tripulantes, que apesar de experientes em navegação, sofreram muito com o balanço do barco começando a marear e os dois, Sato e Inae, ficaram “fora de combate”.
Continuamos nossa navegação que tinha uma duração prevista de 48 horas, ou seja, tempo suficiente para os dois se recuperarem.
O Sato até que não demorou muito e após “chamar o hugo” uma vez e dormir um pouco, já estava de volta no convés para assumir um turno. Já a Inaê, não se recuperou e passou mal a viagem inteira. Coisa de dar dó o estado em que ela ficou, mas não tinha outra saída e teve que agüentar até a chegada.
A viagem seguiu até que tranqüila, com bons ventos e mar calmo, permitindo que durante o percurso, para saciar a fome do recuperado Sato, a cozinha funcionasse a todo vapor e com as receitas passadas pela doentinha Inaê, que repousava no convés saíram pratos deliciosos. Tudo ia tão bem que até rolou uma pescaria com a captura de mais um bom Dourado, porém, a nossa tranqüilidade acabaria aí.....
Já em Fernando de Noronha, faltando ao redor de apenas trinta minutos para o ponto de chegada e durante a disputa pelo terceiro lugar da classe com o veleiro Baiano Stella Maris, um suporte de nosso leme quebrou, deixando o Allegro a deriva.
Foi uma tristeza geral e a única solução que nos restou foi deixar a disputa, abandonar a regata e com um leme improvisado rumar para um local de ancoragem.
Quebrar o barco após quase 48 horas de navegação e apenas a 30 minutos da chega é realmente frustrante. Mas, por outro lado, estar próximo a um porto seguro com um barco sem leme é realmente muito tranqüilizador. Já pensou se esta peça quebra no meio do oceano?
Fernando de Noronha
O texto acima deveria ser postado já na chegada a Noronha, porém, as belezas deste local não deixam ninguém ficar parado mexendo em internet e ninguém queria perder um minuto sequer parado em uma lan house.
Assim, após a ancoragem nas proximidades do porto, fomos ao museu/restaurante Tubarão onde, com uma linda vista do lado leste da ilha apreciamos os quitutes feitos com a carne do bicho acompanhados é claro, daquela merecida cerveja bem gelada!
Terça foi dia de exploração e com um bugee alugado, fomos com nossos amigos Sato e Inaê percorrer os pontos principais da ilha, parando na praia do Sancho para um bom banho de mar. À tardezinha, eles pegaram um avião e cada um voltou para a sua cidade.
Na quarta iniciamos os reparos/limpeza do Allegro e mais uma vez me lembrei daquela frase: Cruzeirar é reparar seu barco em lugares exóticos (o cara sabia muito!). Enfim, enquanto o Dani dava aquele trato na parte externa e fundo do Allegro, eu limpei a parte interna e remontei a peça do leme, que foi soldada por um mecânico da ilha. À tarde dormimos para nos prepararmos para a festa de premiação promovida pela comissão da Refeno.
À noite lá estávamos nós para assistir a premiação dos veleiros e ver o veleiro Stella Maris receber o prêmio do nosso terceiro lugar da classe, perdido por causa daquele bendito suporte de aço que quebrou!
O fita azul (primeiro barco a cruzar a linha de chegada) mais uma vez coube a trimarã Ave Rara, que fez o percurso de 300 milhas em menos de vinte e cinco horas, contra a média de quarenta horas da maioria.
Na quinta e sexta voltamos a explorar a ilha em nosso bugee, desta vez acompanhados pelo casal Paula e Fernando do veleiro Andante, da Sueli e de seu “filho adotado” Jonas e do casal Rita e Rubens do veleiro Doris, rodando em sua motoca alugada.
Tudo nesta ilha é mesmo maravilhoso, mas ressalto:
O show dos golfinhos que na quinta cedo nos premiaram com uma visita de centenas deles nadando em volta dos veleiros;
A praia do Sancho que com seu acesso prá lá de radical é lindíssima:
A vista do pôr do sol no mirante do Forte onde os “morros gêmeos” contracenam de forma maravilhosa.
E o nosso já tradicional churrasco, que não é da ilha, mas que emprestamos dela a beleza para da popa do veleiro Andante nos deliciarmos com a boa carne, a cerveja gelada e a companhia dos amigos.
No sábado, embarcamos em mais uma regata, desta vez em direção a cidade de Natal.
Dado ao reparo no leme do Allegro mantivemos uma cautela e partimos com velas já rizadas (rizar velas é reduzir o tamanho das mesmas para manter o barco em velocidade baixa). Com isto, ficamos mais lentos e seguimos a flotilha disputando o penúltimo lugar com um catamarã já que esta posição garantiria o trofeu “Tartaruga Marinha”.
Mas nem assim deu, o veleiro Doris vinha mais atrás sem ser visto e com a disputa ficamos em ante penúltimo, deixando a posição para o catamarã, que levou o trofeu
Nesta regata navegamos 30 horas em um percurso de 200 milhas náuticas mas dado ao mar revolto acabou sendo mais cansativa que a anterior.
Agora, vamos preparar o Allegro para umas três ou quatro semanas de estadia nesta linda cidade enquanto aguardamos Novembro, melhor época para a subida ao Caribe
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