sexta-feira, 23 de março de 2012

Enquanto navegávamos...


O trajeto de Martinica a Kourou foi longo e as últimas 100 Milhas então, foi um suplício.
A corrente das Guianas estava em seu ponto máximo, às vezes atingindo mais de três knots, fazendo com que o Allegro, mesmo navegando a mais de seis knots avançasse não mais que dois e meio a três knots por hora (parecia um lambari na correnteza, navegava, navegava e não saía do lugar!).
Mas, velejador que é velejador tem muita paciência, e assim chegamos.
Durante todo o trajeto, com tanto tempo livre, tivemos que arrumar o que fazer.
A nossa boa sorte na pesca esteve presente de novo (tão boa que em um único dia, dentro de três horas, pescamos quatro Dourados).
No segundo dia de viagem já pegamos um Dourado, que escapou (o maior é claro). Em seu segundo salto, com um golpe só, arrebentou a linha e a ponta da vara. Tivemos que refazer todo o encastroamento de novo e recuperar a vara.



No terceiro dia de viagem um Atum de bom tamanho apareceu e logo virou um sashimi, devorado em pouco tempo.



Os quatro Dourados, fisgados dois dias depois, resistiram, mas os trouxemos até o barco. Como era muito peixe para somente duas pessoas, libertamos três, no tipo “pesca esportiva” e assamos o quarto usando a receita dada pelos nossos amigos do Andante, sal, limão e pimenta-do-reino. Não precisa falar que ficou ótimo!


Outros mais vieram para nossa diversão e entre uma pescaria e outra, ficamos fazendo a “marinharia” nos cabos (conforme ensinamentos do Kiko), jogando dominó, lendo, vendo filmes ou simplesmente relaxando em uma boa soneca (afinal ninguém é de ferro!!!).





Na chegada a Guiana fomos chamados pelo navio da marinha francesa e informados que a área costeira seria interditada pois haveria o lançamento de um foguete. Ao informarmos que estávamos nos dirigindo ao rio em Kourou, ele nos liberou.
No começo da madrugada, tivemos o privilégio de assistir o lançamento de um foguete espacial (Kourou é a cidade mais próxima da base). Primeiro um clarão que iluminou o céu como se fosse dia e alguns segundos depois um estrondo que foi ficando cada vez mais alto ao ponto de se tornar ensurdecedor a medida que o foguete subia. Foi realmente algo espetacular!

Bom, agora estamos reabastecendo o Allegro para a continuidade da viagem que, daqui pra frente vai ser totalmente costeira, e por isto mesmo, de maior preocupação quanto a pequenos barcos pesqueiros e acidentes geográficos (vai acabar a mamata do cochilo durante o turno!).
Próxima parada, São Luís no Maranhão.

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